Em 2017, a prevalência de consumo de antidepressivos no município do oeste catarinense foi de 13,88% da população.

25/06/2021 21:38
Mestrado profissional em Farmacologia, 2019 – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas.
Título: Análise do consumo de antidepressivos em tratamentos crônicos por pacientes em um município do oeste de Santa Catarina
Autora: Farmacêutica Lazarotto, Diangele
Orientadora: Prof Dr. Lino de Oliveira, Cilene

De acordo com os dados obtidos em 2017 por Lazarotto, Diangele “A prevalência de consumo de antidepressivos no município (do oeste catarinense) foi de 13,88% da população, na sua maioria do sexo feminino (81,8%) com idade entre 40 a 60 anos. A classe farmacológica mais utilizada foi de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (75,6%) para tratamento de depressão e ansiedade. ”

INTRODUÇÃO. Alguns estudos indicam que pacientes em geral permanecem em tratamento com antidepressivos por prazo superior a dois anos, independente da severidade de seus sintomas. A natureza crônica de algumas enfermidades tratadas com os antidepressivos, como a depressão e a ansiedade, por exemplo, pode explicar a cronicidade. No Brasil, a atenção primária de saúde tem sido a única opção para muitos pacientes que procuram tratamento para os transtornos psíquicos. OBJETIVO. Assim, nos interessa investigar os tipos de manejo dos tratamentos crônicos com antidepressivos na atenção básica de saúde e, se necessário, propor um protocolo de assistência farmacêutica que aperfeiçoe as condutas nos serviços de atenção primária à saúde. METODOLOGIA. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura, que permitiu traçar características de tratamento com antidepressivos em todo mundo. No estudo de caso foram aplicados questionários semiestruturados aos pacientes que aceitaram participar do estudo nas farmácias públicas dos serviços de atenção primária a saúde no município de Maravilha (SC, Brasil). RESULTADOS. A prevalência de consumo de antidepressivos no município foi de 13,88% da população, na sua maioria do sexo feminino (81,8%) com idade entre 40 a 60 anos. A classe farmacológica mais utilizada foi de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (75,6%) para tratamento de depressão e ansiedade. A aderência dos entrevistados ao tratamento foi de 82% enquanto 32% relataram efeitos colaterais em algum momento do tratamento. A maioria dos entrevistados (71,31%) relataram estar em tratamento a mais de dois anos e 38,6% relataram estar sem acompanhamento médico. Segundo 61,5% pacientes entrevistados houve pelo menos um episódio de descontinuação durante seus tratamentos. Todos os entrevistados relataram se sentir bem com a medicação. Grande parte da amostra (44,3%) afirmou não conseguir viver sem a medicação e 73, 7% deles admitiram não fazer outro tipo de tratamento. Importante, 80,3 % dos pacientes disseram não ter recebido orientação de como ou quando descontinuar o tratamento. CONCLUSÃO. Como no resto do mundo, a prevalência de uso crônico de antidepressivos no sistema de atenção primária estudado foi superior a 10% da população. Isso pode ser associado a sintomas de abstinência, evidenciado em descontinuação abrupta de tratamento, que pode ser confundida com recaídas. Desta forma parece ser necessário, um protocolo de assistência farmacêutica com a intenção de melhorar acompanhamento e orientação aos pacientes durante o tratamento ou descontinuação. Este protocolo poderia ser útil para a melhoria de vida ou remissão dos sintomas dos pacientes contribuindo para a redução do tempo de tratamento.

https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/214817