Um estudo indica que, na atenção básica, a maioria dos usuários de antidepressivos são mulheres!

25/06/2021 21:30
Mestrado profissional em Farmacologia, 2017 – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas.
Título: Perfil do consumo de fármacos antidepressivos na atenção básica à saúde em um município do oeste catarinense.
Autora: Farmacêutica Prevedello, Patrícia
Orientadora: Prof Dr. Lino de Oliveira, Cilene

De acordo com os dados obtidos em 2016 por Prevedello, Patrícia “Os usuários de fármacos antidepressivos no município estudado são em sua maioria mulheres (89%), com idade acima de 50 anos, de baixa escolaridade, casados ou com companheiro e fazem uso do medicamento há um ano ou mais (75%).”

INTRODUÇÃO: Muitos estudos, em diferentes países, mostram que a depressão e outros transtornos psiquiátricos, como ansiedade, são tratados em sua maioria na atenção primária. No Brasil, há poucos trabalhos estudando o perfil de consumo dos fármacos antidepressivos na população na Atenção Básica, assim, torna-se importante conhecer o perfil destes usuários, do prescritor, para quais patologias estão sendo utilizados e se seu uso se dá de maneira adequada.OBJETIVO: Caracterizar o perfil dos usuários de fármacos antidepressivos no Serviço Público de Saúde de um município do Oeste de Santa Catarina e em outros lugares do Brasil e do mundo além de estruturar um protocolo de atenção farmacêutica voltada para este público específico. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura que permitiu traçar o perfil teórico dos usuários de fármacos antidepressivos no Brasil e em outros países. Para traçar o perfil dos usuários no município estudado, foram aplicados questionários semiestruturados aos que aceitaram participar do estudo. Estes dados foram coletados nas farmácias públicas de Maravilha (SC), que realizam dispensação de fármacos antidepressivos. RESULTADOS: Os usuários de fármacos antidepressivos no município estudado são em sua maioria mulheres (89%), com idade acima de 50 anos, de baixa escolaridade, casados ou com companheiro e fazem uso do medicamento há um ano ou mais (75%). Os fármacos mais prescritos pertencem à classe dos ISRS e foram prescritos na maioria das vezes por clínicos gerais (49%) em atendimento no SUS (55%). Os motivos mais frequentes para o uso do antidepressivo, de acordo com os próprios pacientes foi depressão, ansiedade, insônia e dor. CONCLUSÃO: O perfil dos usuários de antidepressivos na amostra estudada é coerente com a literatura e semelhante aos resultados obtidos na revisão sistemática. O uso desses fármacos tende a ser crônico na atenção primária e por esse motivo, uma cartilha orientando sobre descontinuação e tratamentos não farmacológicos seria mais efetiva. Sugere-se mais estudos sobre o tratamento em longo prazo com antidepressivos.

URL: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/182714